Congelados online atraem geração empreendedora

Congelados online atraem geração empreendedora

Em comum, eles têm menos de 30 anos e oferecem pela internet opções saudáveis, como refeições orgânicas, de baixas calorias ou livres de carne. Uma delas, a LivUp, recentemente recebeu seu segundo aporte de investimento anjo, R$ 525 mil, com participação de Patrick Sisgrist, criador do iFood, e Guilherme Bonifácio, CEO da Rappido. A empresa foi fundada em 2016 depois de Victor Santos, Henrique Castellani e Felipe Castellani reunirem R$ 200 mil próprios e mais R$ 675 mil de investidores anjos. Hoje, são 31 funcionários dedicados e mil refeições diárias distribuídas na Grande São Paulo e na Zona Sul, Barra, Centro e Niterói (RJ). As vendas de carros chefes como frango com castanha de caju e Saint Peter com castanha do Pará e de pratos orgânicos certificados são pela internet e a empresa está pesquisando pontos de venda off-line não tradicionais, como academias e empresas. No ano passado, a receita chegou a R$ 2,8 milhões. Este ano, a previsão é de R$ 15 milhões. "O crescimento está perto de 40% ao mês", diz Victor, CEO da empresa. Vip Food e Panela Verde também nasceram nos últimos dois anos. Praticante de esportes, Albert Kribely, da Vip Food, buscava opções de marmita com dietas adequadas e resolveu criálas, enquanto Priscylla Cabral, da Panela Verde, apostou na linha vegetariana. O primeiro investiu R$ 30 mil em freezer, fogão industrial e em um saguão com 30 m2 e já está mudando para o terceiro galpão, com 450 m2, câmera frigorífica com capacidade para 5 toneladas de matéria-prima e ultra congelador. Em fevereiro, entregou na Grande São Paulo 4 toneladas de refeições e agora vai incluir no cardápio refeições não dietéticas. No ano passado faturou R$ 400 mil. Nos primeiro bimestre de 2017, chegou a R$ 250 mil. A Panela Verde, por sua vez, nasceu em casa com amigos clientes e tomou fôlego com boca a boca, redes sociais e WhatsApp. Há um ano, ganhou ponto de venda físico, quando Priscylla abriu o café vegetariano Fratte Sole, em São Paulo. Atualmente, a produção da Panela Verde alcança 500 refeições mensais e deve ser ampliada graças a um website mais elaborado e parcerias com lojas de produtos vegetarianos. Os veteranos do negócio também buscam alternativas. A Pronto Light nasceu há 11 anos com produção doméstica do CEO Eduardo Dinand para amigos e colegas de academia. Agora distribui 20 toneladas por mês de congelados embalados à vácuo livres de gorduras, açúcar e produtos químicos. São 150 itens, incluindo linha infantil e, em breve, papinhas para bebês. Os pulos do gato da marca foram as parcerias com nutricionistas e a divulgação espontânea por famosos como Claudia Raia, Ana Hickman e Debora Secco nos primórdios das redes sociais. O crescimento de 80% em 2014 exigiu R$ 2 milhões em expansão. Hoje são 50 funcionários em sede de 1,5 mil m2. As vendas online atendem Grande São Paulo, Campinas, Jundiaí, Vinhedo, Valinhos, Ribeirão Preto e Baixada Santista (SP), Rio de Janeiro, Belo Horizonte (MG), Brasília (DF) e Curitiba (PR), com centros de distribuição locais. No ano passado o faturamento foi R$ 10 milhões, similar ao de 2015. A meta para 2017 é crescer 40%, com a primeira loja física interessados em consumo no local terão micro-ondas à disposição , retomada de projeto de franquia abandonado em 2014 e entrega do alimento quente e pronto para consumo, hoje concentrada na região da Berrini, em São Paulo, vizinha da empresa. Outra veterana, a Telu Congelados, de Volta Grande (MG) e com loja no Rio de Janeiro há quase 30 anos, adotou novo modelo de negócio. Em 2016 terceirizou a produção para uma indústria de Belo Horizonte e agora se volta à expansão da venda online, ao formato de Market place, com parcerias para atender nichos, e às franquias, criadas em 2010. Com cinco franqueadas, três no Rio de Janeiro, uma em Brasília e outra em Manaus, além de loja própria, a marca vende cerca de 15 mil pratos por mês e espera faturamento perto de R$ 4 milhões este ano, diz Rafael Alvim, filho da fundadora e responsável pela empresa. Por Martha Funke Fonte:  Valor Econômico