Grupo Bittencourt
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NRF 2017: "Um bom líder é um bom ouvinte"


O segundo dia do NRF Retail Big Show foi especial para a delegação brasileira. Segundo números divulgados pela organização do evento até o momento, o Brasil tem a maior delegação estrangeira na #nrf17, com 1.306 participantes, ficando atrás somente dos Estados Unidos, país sede, com 25.891 participantes. Em terceiro lugar ficou o Canadá, com 1.176 participantes. O que mostra que, apesar da crise, o empresário brasileiro busca de conhecimento e inspiração para fazer um varejo melhor no Brasil.
Aliás, os números do Big Show impressionam: em sua 106a edição, o evento reúne cerca de 35 mil pessoas, 510 expositores, 118 patrocinadores, 300 palestrantes, 3.300 empresas de varejo e 94 países, durante três dias, em Nova York. Prova de que, realmente, é o maior evento de varejo do mundo!
Líderes que inspiram
Uma das sessões mais concorridas desta edição do Big Show foi o bate-papo entre Kip Tindell, CEO da Container Store e chairman da NRF, e Sir Richard Branson, fundador do Virgin Group.
Entre os inúmeros insights e aprendizados compartilhados, o empresário destacou a importância das empresas terem ao menos 40% dos seus conselhos de administração composto por mulheres; comentou sobre como devido a uma necessidade pessoal – ele é dislexo – precisou aprender a delegar desde muito cedo e deixou mensagens valiosas sobre inovação, como “Falhar é a melhor maneira de aprender”, “”As pessoas trabalham melhor quando sentem orgulho da empresa para a qual trabalham”, e “Mudar o mundo começa com um pequeno grupo de pessoas que se recusam a aceitar o inaceitável”. “Branson abriu o bate-papo com uma história deliciosa: muitos anos atrás ele fez uma brincadeira de 1o de abril, avisando à imprensa que tinha criado uma caixa capaz de armazenar milhares de músicas. Chamou de music box. Mas Steve Jobs levou a brincadeira a sério, mandou sua equipe trabalhar no iPod e com isso ajudou a quebrar as lojas Virgin que vendiam música. E deixou uma lição: ‘Sua empresa precisa estar revolucionando-se perpetuamente, porque senão seu concorrente vai fazer isso’”, destacou Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da GS&BW, empresa especializada em Shopping Center.
O futuro agora
Na palestra “Como Dados e Tecnologia Proporcionam Experiências Incríveis para os Clientes”, o CEO da Intel, Brian Krzanich, mostrou como a experiência de compras do futuro próximo será viabilizada pelo dueto tecnologia e analytics, incorporando a perspectiva do cliente.
“A realidade virtual ou a realidade aumentada fazem parte destas experiências de imersão e que já são uma realidade em lojas como a Samsung ou  na pop up store da Thrive Global, voltada ao bem-estar, ambas visitadas pelos integrantes da Delegação GS&MD no Pré-NRF.  Mas estas vivências também irão acontecer na casa das pessoas, como experimentado pelo varejista chinês Alibaba no último natal. Também serão utilizadas como ferramentas para rever o planograma de exposição de produtos. Porém estes usos e estas tecnologias são a ponta do iceberg desta transformação. Muito há de ser desenvolvido com novas tecnologias a serem concebidas”, pondera Beth Furtado, da Alia, empresa parceira do Grupo GS& na NRF 2017.
A Intel apresentou hoje o Tally, capaz de diagnosticar estoques, coletar dados e evitar rupturas dentre outros usos. Outros recursos tecnológicos operacionais incluem óculos utilizados pela equipe de reposição integrados ao inventário para suporte ao abastecimento.
“Estas tecnologias já existem, embora algumas ainda em preços de entrada. Mas é apenas uma questão de tempo para a ampliação de seu uso é disseminação no varejo. É um caminho inexorável ampliar a imersão do cliente na experiência de compras. Onde quer que esteja em sua jornada”, constata Beth Furtado.
A essência do varejo: de pessoas para pessoas
Danny Meyer, CEO do Union Square Hospitality Group, e fundador da rede de restaurantes Shake Shack, entre outros, encerrou o segundo dia de palestras da 106a. edição do NRF Retail’s Big Show. O restauranteur deu a sua “receita” de sucesso: “A receita é a seguinte: 49% produto e 51% hospitalidade. Quando você inverte, você comoditiza seu negócio”, alertou.
Segundo o empresário, as pessoas não entram no seu estabelecimento porque precisam, mas porque você as trata de forma diferenciada e cuida para que elas se sintam bem. “As pessoas querem ser amadas”, disse Meyer.
Para Hugo Bethlem, sócio-diretor da GS&P3, empresa do Grupo GS& Gouvêa de Souza com foco em Ações Sustentáveis, para deixar de vender uma commoditie e passar a ser essencial na vida das pessoas, as empresas precisam de um Propósito. “Para servir melhor e fazer a diferença, você precisa ter coração e mente, mas, mais importante que isso, um link que junte os dois”, concluiu.
No segundo dia de Big Show, fica a mensagem de que o futuro hightech já chegou para potencializar ainda mais a eficiência e a produtividade do varejo, mas que ainda não poderá substituir o ativo mais importante: pessoas, autenticidade e afetividade.