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Nova fase de consumo deve estimular expansão de cafeterias no Brasil

O Brasil entrará em uma nova fase de consumo de café com a esperada recuperação do crescimento econômico, aponta um estudo realizado pela Euromonitor International. O consumo fora de casa tende a avançar, estimulando a expansão de redes de cafeterias e lojas especializadas em café.

Jennifer Bedoya 585050 UnsplashNa avaliação da consultoria, o país está prestes a entrar na terceira onda de consumo do café. Nessa fase, o consumo fica mais sofisticado e as cafeterias e lojas especializadas se forçam a desenvolver novas formas de servir a bebida, para atrair clientela. Os processos automáticos de produção e preparação do café deixam de ser prioridade.
“As empresas passam a investir mais na preparação manual e em processos que exaltam as características de cada grão. A figura do barista ganha relevância e o consumidor passa a ser mais exigente com a qualidade do café consumido”, afirma Angélica Salado, analista sênior da Euromonitor International.
Ela cita o Canadá, Holanda, França e Alemanha como países que já vivem essa onda. De acordo com a analista, existem quatro ondas no mercado consumidor de café. A primeira consiste no aumento do consumo da bebida, mas sem preocupações com a origem e qualidade do grão. A segunda — na qual o Brasil se encontra — é marcada pela especialização e pelo aumento do consumo fora do lar.
A diferenciação de cafés por origem e torrefação, o consumo do café em cápsulas em casa são algumas características dessa fase. No terceiro estágio, o consumo fica ainda mais especializado. As cápsulas, que são destaque da segunda onda, começam a dar sinais de maturação e a concorrência aumenta bastante em todos os formatos de café.
Na quarta onda, o café passa a ser adotado em novas ocasiões de consumo. “As lojas e cafeterias continuam como uma parte fundamental do consumo, mas o café se expande para outros mercados, em novos formatos e como ingrediente”, diz Angélica. Países atualmente nesta onda incluem Estados Unidos, China, Japão, entre outros.
Na avaliação da analista, os brasileiros apresentam mais preocupação em ter experiências de compra e de consumo diferenciadas, o que estimula o desenvolvimento de produtos para consumo no lar pelas redes de cafeterias.
“As redes de cafeterias começam a entrar no varejo com suas marcas próprias, oferecendo a oportunidade de tentar reproduzir, em casa, a experiência da loja. Vemos como exemplos o Suplicy, Octavio, Santo Grão, entre outros. São marcas que conseguiram ampliar o leque de opções do café tradicional em diferentes formatos e com ‘blends’ [misturas] variados”, afirma a analista.
De acordo com a Euromonitor, o consumo dentro e fora do lar seguem tendência de crescimento em volume no Brasil. Em 2018, o consumo fora do lar deve registrar uma alta de 4% em volume. No varejo, o crescimento esperado é de 4%.
O volume consumido no varejo é o dobro do registrado fora do lar. Para 2018, a Euromonitor projeta um crescimento de 3,3% em volume total de vendas, chegando a 1,13 milhão de toneladas. “Apesar dos cenários político e econômico ainda serem muito desafiadores, o mercado segue crescendo no mesmo ritmo que os anos anteriores e acima da média mundial”, afirma Angélica.
Até 2022, estima a consultoria, o consumo no país deve alcançar 1,3 milhão de toneladas, uma alta de 15% em relação a 2018. O consumo de café em grão terá avanço de 19,2%, para 241,6 mil toneladas. Na versão em cápsula, o crescimento previsto é de 34,8%, para 14,5 mil toneladas.
O consumo de cafés instantâneos deve subir 6,8%, para 29,1 mil toneladas. Já para o produto torrado e moído a expectativa é de expansão de 14,1%, para 1,02 milhão de toneladas. O estudo será divulgado nesta quarta-feira durante a Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte (MG).
FONTE: Valor Econômico
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