Os bolos caseiros no franchising

Os bolos caseiros no franchising

2015-05-04 No café da manhã ou no lanche da tarde, ninguém resiste a um bom bolo caseiro. E como está cada vez mais difícil ter tempo e disposição para fazer doces em casa, o mercado de franquias decidiu apostar nesse segmento para crescer. A proposta das lojas é vender bolos inteiros, de fabricação própria, com sabores que lembram aqueles feitos pela vovó. Franqueado de duas unidades da Casa de Bolos no Rio de Janeiro, o administrador Fabiano Oliveira da Silva, 31 anos, se surpreendeu com a procura. “Há dias em que vendemos 500 unidades. Na sexta-feira o movimento é mais forte, chegamos a receber cerca de 600 pessoas nas lojas, que levam os bolos para comer no fim de semana”, conta. 'A loja do Centro abre apenas de segunda a sexta-feira, já a de Copacabana funciona também aos sábados." Diretor-executivo da The Original Cake, Bruno Queiroz inaugurou em março a primeira loja no Rio, em Copacabana. Em São Paulo, já são 22 unidades da rede. “Bolos caseiros já existem há muito tempo, desde a época das nossas avós. Descobrimos um novo negócio dentro de algo que existia. Com o passar dos anos as pessoas têm cada vez menos tempo para fazer, mas todo mundo tem vontade de comer um bolo de laranja às vezes. E é muito prático poder ir até uma loja e comprar. Sem falar que sai até mais barato do que fazer o doce em casa”, avalia. O preço varia de R$12 a R$14. Rio é prioridade para abertura de lojas Plano de expansão de marca tem foco na Região Sudeste. Concorrência não assusta empresários Redes apostam em variedade Willians Navarro e Fernando Cachulo trabalhavam na área bancária quando, conversando sobre a falta que o bolo da vovó fazia, tiveram a ideia de abrir um negócio neste segmento. Surgiu assim há dois anos a ‘Vó, Quero Bolo’, hoje com seis lojas próprias em São Paulo. Agora, os sócios apostam em franquias como forma de expansão e pretendem atingir a marca de 100 unidades nos próximos cinco anos, com foco na Região Sudeste. “Nossa família é do interior de São Paulo e a gente sentia muita falta de bolo caseiro na cidade grande. Resolvemos empreender e vimos que existe muito espaço para esse segmento. A primeira franquia será aberta em Campinas, mas já temos demanda para o Rio de Janeiro. Minas Gerais e Espírito Santo também são nossas prioridades”, conta Willians. Com 20 unidades em atividade em São Paulo e Região Metropolitana, uma em Piracicaba e outra prestes a ser inaugurada nos Estados Unidos, a The Original Cake abriu recentemente sua primeira franquia no Rio. Agora busca mais empreendedores fluminenses interessados em investir. “Já estamos negociando lojas também em Nova Friburgo, Niterói e Barra da Tijuca. Há muitos investidores interessados”, afirma Bruno Queiroz, diretor-executivo da The Original Cake. O aumento da concorrência, porém, não assusta os empresários. Para Fabiano Oliveira da Silva, franqueado da Casa de Bolos, o segredo para se destacar no mercado é apostar na qualidade. “A matéria-prima é selecionada com cuidado e a produção é diária, fazendo com que os bolos estejam sempre frescos e quentinhos, o que faz toda a diferença para os clientes”, diz. Já a ‘Vó, Quero Bolo’ investiu em entregas para se diferenciar. “Somos a única rede que oferece o serviço de delivery do bolo inteiro. Além disso, oferecemos opções sem glúten, sem lactose e integrais”, explica Williams. A The Original Cake tem como diferencial a variedade. Além do bolo, os clientes podem experimentar outros produtos, como sorvetes, cupcakes, chocolates e cafés. A grande aposta das redes de franquias especializadas em bolos caseiros é na variedade de sabores. A Casa de Bolos, por exemplo, oferece 44 tipos diferentes atualmente, mas vai lançar novos 12 sabores na segunda-feira. Entre os destaques está o bolo de churros, com massa de pão de ló e recheio e cobertura de doce de leite. A ‘Vó, Quero Bolo’, por sua vez, tem 40 sabores, entre doces e salgados. Os clientes encontram desde os clássicos bolos de laranja e chocolate, até versões mais elaboradas, como de café, mandioca com goiabada, gengibre com canela e queijo com azeitona, entre outros. “Sempre implementamos novidades para que o público tenha muitas opções. O problema é tentar retirar algo do cardápio, porque o cliente reclama”, brinca Williams, sócio da rede. Na The Original Cake, os clientes encontram 30 sabores, entre os tradicionais e os especiais, que incluem bolo pudim, milho com coco, e o salgado, de calabresa com queijo. Produção própria exige treinamento constante Todas as três franquias de bolos caseiros encontradas pelo Caderno Negócios fabricam produtos na própria loja, o que demanda um investimento pesado em treinamento dos franqueados e acompanhamento constante da qualidade dos alimentos. “Cada loja tem sua produção independente e, portanto, deve ter todos os equipamentos, estoques e cozinha. Recebemos diariamente ovos, mandioca, frutas, cenouras, avelãs e outros ingredientes para a produção dos bolos. Não queremos que nada seja industrializado, procuramos ter uma produção o mais artesanal possível. Para isso, temos um centro de treinamento, onde os franqueados aprendem sobre os alimentos, as questões nutricionais, entre outros. O franqueado não precisa saber cozinhar, mas é pré-requisito que ele acompanhe de perto a produção que acontece na sua loja”, explicam os sócios da ‘Vó, Quero Bolo’, Willians Navarro e Fernando Cachulo. Franqueado da Casa de Bolos, Fabiano Oliveira da Silva conta que a produção é diária e que os sócios recebem treinamento uma vez por semana para aprender mais sobre matéria-prima e produção final, entre outras questões. “Uma vez por mês tem fiscalização. Para o franqueado é bom saber que seu trabalho está sendo avaliado e que existe uma preocupação da rede em manter a qualidade do serviço e dos produtos”, avalia Fabiano Silva. A The Original Cake, além de oferecer treinamentos, também indica os fornecedores para os franqueados. “A produção vai de acordo com a demanda, para garantir que os produtos estejam sempre frescos. A primeira fornada sai de manhã cedo”, explica o diretor executivo da rede, Bruno Queiroz. Fonte: Jornal o Dia