Frederico Oldani, diretor de finanças e relações com investidores (RI) da Cia. Hering, disse que, em 2015, os investimentos foram mais altos devido à implantação de um sistema de automação no centro de distribuição que possui em Goiás, gastos com uma fábrica e na implantação de um novo software de gestão empresarial (ERP, na sigla em inglês). “A companhia entra agora em um ciclo de investimentos menores, em linha com a estratégia de se concentrar na reforma de lojas”, afirmou Oldani, em teleconferência para analistas e investidores.
Ele observou que, em 2016, aproximadamente metade dos investimentos foram destinados à aquisição e reforma de lojas. No período, a companhia reformou 100 das 630 unidades da Hering Store em operação — recorde para um único ano. “As reformas têm um papel importante na estratégia de melhorar a experiência de compra do consumidor”, disse Oldani.
O plano contou com incentivos da companhia de R$ 8,4 milhões em forma de subsídio, além de financiamento de parte do montante investido. Esse incentivo, segundo o diretor, equivaleu a um quarto do valor total gasto nas reformas.
Expectativas
A Hering informou que vê sinais de estabilização daqui para frente, após enfrentar no quarto trimestre de 2016 seu pior resultado. “A companhia abre o ano com expectativa positiva em relação a como a economia deve se comportar. Acredito que não deve haver recessão e a economia irá melhorar ao longo do ano. O consumo no começo do ano ainda não se materializou nas lojas. Não há uma grande diferença em relação ao que vimos no quarto trimestre. Mas as encomendas para as próximas coleções estão melhores”, afirmou Frederico Oldani, diretor de finanças e relações com investidores da companhia.
O diretor ponderou que, embora haja crescimento de pedidos para redes multimarcas e franquias, não é possível dizer ainda que as vendas efetivas para os consumidores vão aumentar. “O aumento das encomendas mostra que os canais estão acreditando que as coleções estão melhores e têm potencial de crescer. Mas não posso dizer se haverá aumento nas vendas no primeiro trimestre”, afirmou.
O executivo afirmou ainda que viu um aumento de fluxo de consumidores nas lojas em janeiro, durante o período de liquidações. “Os consumidores responderam bem às promoções. Na semana passada, entramos com a coleção de outono. Agora é hora para entender como o consumidor reage ao ambiente de preço cheio”, afirmou.
Multimarcas
A empresa informou que começa a implantar neste ano uma nova estratégia de segmentação de clientes de redes multimarcas, de acordo com características específicas de cada varejo.
Frederico Oldani, diretor de finanças e de relações com investidores da Cia. Hering, disse que a companhia encerrou contratos com redes multimarcas no ano passado, o que contribuiu para a queda de 11,4% nas vendas para esses canais no ano passado. Para 2017, a previsão do executivo é de estabilidade no número de clientes multimarcas.
“A companhia trabalha na implantação de um novo modelo de atuação para as redes multimarcas, tendo em vista as diferenças entre cada multimarcas. Neste primeiro semestre será feita a estruturação do modelo e sua implantação. A partir do segundo semestre, a companhia começa a capturar valor com esse novo modelo de atuação. Mas acredito que só em 2018 e 2019 vai conseguir obter maior impacto com essa nova estratégia”, afirmou o executivo.
Fabio Hering, presidente da Cia. Hering, disse durante a apresentação que a companhia cometeu erros em relação ao tempo de execução de mudanças, tanto em relação a redes multimarcas quanto nas reformas de lojas. “Cometemos erros, mas vemos que a companhia seguiu na estrada correta, na visão de olhar produto e loja e como alavancar mais as vendas para recuperar resultados”, afirmou.
Comércio eletrônico
Os executivos também informaram que esperam crescimento expressivo do comércio eletrônico nos próximos anos. Em 2016, as vendas no comércio eletrônico aumentaram 20,3%, para R$ 38 milhões. O comércio eletrônico respondeu por 2% das vendas da Cia. Hering. Oldani estima que esse patamar pode chegar a 5% nos próximos anos.
Por Cibelle Bouças
Fonte: Valor Econômico
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