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O primeiro passo antes de definir o local é identificar o público-alvo e observar onde circulam essas pessoas.
Para ajudar nessa função, consultorias de geomarketing levantam dados como estabelecimentos por bairro e gasto médio dos moradores, diz a consultora do Sebrae-SP Beatriz Micheletto.
O estudo em geral custa a partir de R$ 1.000 por mês, mas há outras opções. “Quem não tem verba pode usar ferramentas gratuitas como Google Maps e Foursquare para essa triagem”, afirma ela.
“O empreendedor deve fazer sua lição de casa, mesmo se tem ajuda da franqueadora, e levar em conta até a localização dos concorrentes para entender por que estão ali”, afirma Cláudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF (Associação Brasileira de Franchising).
A administradora Mariana Dalmaso, 29, que abriu uma unidade da franquia de petshops Petland em Moema (São Paulo), foi a campo e demorou cinco meses antes de escolher o ponto ideal.
“Usamos ferramentas de geomarketing, oferecidas pela franqueadora, e passamos tardes no bairro observando a circulação ou visitando estabelecimentos”, afirma.
Aberta em 2015, a franquia cresceu cerca de 20% em 2016 e faturou R$ 1,5 milhão.
A escolha do ponto deve levar em conta também o orçamento. “O custo de aluguel não pode passar 20% do faturamento”, afirma Cláudia Bittencourt, diretora do Grupo Bittencourt, consultoria especializada em franquias.
Há quem leve meses para fechar um contrato de locação e até reconstrua o local.
Depois de visitar 12 pontos em Campinas (SP), o engenheiro Eduardo Mattua, 56, franqueado da Dídio Pizza, optou por um terreno com visibilidade, mas sem nenhuma estrutura. Só o que havia ali era um antigo galpão, demolido em seguida.
“Como o local fica em uma avenida movimentada, ganhamos evidência. Não achamos um imóvel pronto, então construir tudo foi a melhor decisão possível”, diz.
É um erro investir em um lugar mais barato para tentar secar custos.
O advogado Leonardo Marques, 45, que hoje tem cinco bares e restaurantes em Belo Horizonte (MG), abriu seu primeiro bar, o Boteco da Carne, no piso superior do imóvel de um amigo para economizar, o que não valeu a pena.
“O bar foi aberto em 2006, e os dois anos seguintes foram os mais difíceis da minha vida. Eu me questionava se estava no ramo certo”, afirma.
Para Marques, o ponto era péssimo porque não tinha acesso a pé e ficava longe dos bairros boêmios. Ao transferir o bar para o centro, o faturamento saltou de R$ 30 mil para R$ 90 mil por mês.
Fonte: Folha de S. Paulo