Quem duvida da força das regiões Norte e Nordeste para a contribuição do desenvolvimento econômico do país tem tido provas de que está errado. Com números cada vez mais expressivos em diversos segmentos da economia, dois deles têm servido de testemunho da importância das regiões para a economia brasileira.
A última edição do relatório da Webshoppers, do e-bit, que retrata o cenário do e-commerce nacional, mostrou que as regiões tiveram um crescimento realmente significativo de 2019 x 2020. Tendo ambas os maiores índices de crescimento no período, a região Nordeste tem ficando atrás apenas da região Sudeste no volume total do faturamento do e-commerce nacional.
No franchising o desempenho se repete: 20% do faturamento e 14% das lojas em operação tem origem em ambas as regiões conforme dados da ABF – Associação Brasileira de Franchising.
No retrato com foco no setor de alimentação/food service, vemos um crescimento de 5,4% no número de unidades, porém com queda no faturamento. Entretanto, mesmo com a queda, é importante ressaltar que, comparando com as redes independentes, a redução do faturamento do franchising foi menor. Mais um ponto para a força das redes de franquia.
Um dos grandes motores para as redes de food service nesse período pandêmico, não é novidade, foi o delivery. As redes tiveram que se mexer para fazer as mais diversas parcerias para a retomada do faturamento, seja com aplicativos de deliverys de terceiros, seja desenvolvendo seus próprios canais de venda. E essa última solução tem sido cada vez mais adotada pelas marcas no franchising.
Como a utilização de apps terceiros causam uma queda significativa nas margens, desenvolver seu próprio canal acaba servindo para dois aspectos fundamentais: conhecimento sobre a base de clientes – afinal, os dados são armazenados no app da própria rede o que possibilita uma personalização da oferta – e manutenção do faturamento.
Inclusive, dada a importância do canal, muitas redes têm desenvolvido produtos para oferta exclusiva via canal delivery e cozinhas inteiras com esse fim – as chamadas dark kitchens.
Lyana Bittencourt Tweet
Algumas redes do franchising têm desenvolvido esse novo modelo de negócio para oferecer novas oportunidades de investimento para pessoas que desejam focar a atuação no delivery e contam com investimento mais baixo. Esse modelo não exige salão de atendimento nem uma localização privilegiada. Com isso, o valor do investimento inicial cai, atraindo cada vez mais empreendedores.
Quem deseja expandir seja no modelo de dark kitchen ou com modelos tradicionais no foodservice, tem que ficar atento às regiões em seus planos. Ainda mais em um momento em que novas oportunidades surgem em razão da crise.
Aluguéis mais baixos e outros custos de ocupação podem estar menores, e a recuperação deve ser rápida principalmente em locais em que o turismo tende a ser retomado mais fortemente – há uma demanda reprimida muito grande que vai começar a se concretizar com a ampliação da velocidade da vacinação.
*Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt, consultoria especializada no desenvolvimento, gestão e expansão de redes de negócios e franquias.