Nesse momento crítico na saúde pública e na economia, em primeiro lugar precisamos cuidar das pessoas e da vida. Mas muitos de nós precisamos pensar também em ações, para que as empresas superem esse momento e sigam o caminho da retomada após passarmos por essa fase crítica.
Apesar de alguns setores como supermercados e farmácias terem sido pouco afetados, esse não é o caso da maioria, que teve queda drástica em suas receitas.
Então faz-se urgente tomar ações para proteger o caixa da empresa à nova realidade. A falta de liquidez de caixa é um caminho rápido para o fechamento dos negócios.
Para mitigar esse risco a primeira ação é otimizar custos. Uso essa expressão para diferenciar de “cortar custos”, por uma simples questão de entendimento. Otimizar custos consiste em analisar caso a caso quais podemos de fato eliminar, quais precisamos diminuir, e em alguns casos quais teremos que aumentar. Não se trata de definir um percentual de redução e aplicar indiscriminadamente.
Dou um exemplo, um restaurante que passou a atender delivery terá que assumir custos de marketing em redes sociais, taxas de plataformas como IFood ou até mesmo fazer entregas por conta própria. Podem ser custos novos e são essenciais para impulsionar as vendas.
O total dos recursos da empresa devem ser otimizados de forma a manter processos, sistemas, parceiros e funcionários que são cruciais operacional e estrategicamente, tanto para a empresa passar por esse momento crítico, quanto para a retomada futura. Pois isso vai passar em algum momento e temos que sair preparados para termos uma recuperação mais rápida.
Esse é um dos parâmetros fundamentais para definirmos cortes de custos, outros são o fluxo de caixa projetado, a disponibilidade de caixa e as linhas de crédito aprovadas.
É com base nesses parâmetros, que podemos proteger o caixa e otimizar a aplicação dos recursos disponíveis de maneira estratégica e sustentável. Um corte de custos se mal elaborado, pode ter benefícios de curtíssimo prazo, mas em contrapartida pode deixar a empresa com dificuldades de retomada futura.
Então analise quais são os processos e sistemas de apoio que são críticos. Aqueles que geram valor para clientes e para o negócio. Cuide bem deles, pois são os trilhos que sustentam o propósito, a razão de existir da organização, o diferencial competitivo.
Com base nos processos você também terá mais clareza em como pode otimizar custos de pessoal, quem pode colocar de férias ou realocar entre áreas e outras atividades, por exemplo.
Se atentem também nos projetos cruciais que nunca tiveram tempo disponível para avançar, quais podem ser colocados em execução acelerada? Desta forma, o tempo disponível em vez de custo ocioso passará a ser investimento com retornos futuros. Muitas empresas estão operando com o pessoal em home office e tocando operações, reuniões e projetos.
E fique atento a medidas governamentais para apoio às empresas e à manutenção dos empregos. São medidas de exceção que podem apoiar a disponibilidade de crédito barato e alongado, como por exemplo a disponibilização de empréstimos para cobertura de dois meses da folha de pagamento, com limite de dois salários mínimos por funcionário.
É uma janela de oportunidade para tomada de recursos com juros baixíssimos. Mas ela não estará aberta por muito tempo, talvez seja melhor tomá-la agora do que precisar mais a frente pagando juros muito mais altos. Portanto, fique atento às medidas governamentais em apoio às empresas e pessoas.
Nós da Bittencourt continuamos engajados no nosso propósito de desenvolver empresas, multiplicar sucesso e realizar sonhos. Vamos passar juntos por esse momento difícil, mas sem perder o foco de onde queremos chegar.
Um abraço e estamos juntos!
Por Paulo Oliveira, consultor de Gestão do Grupo BITTENCOURT