Grupo Bittencourt
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Cliente do Grupo BITTENCOURT, Bolo da Madre chega a Belo Horizonte

A interiorização das redes e novos nichos de mercado em setores líderes de venda, como alimentação, tem impulsionado os negócios de pequenas e grandes marcas.
As redes de franquia já estavam no ano passado em 2.321 municípios, 42% do total no país e 10% mais do que nos últimos dois anos. Elas incluíram 213 novas cidades com pelo menos uma franquia desde 2010 e a tendência é aumentar esse total, segundo a consultoria Grupo Bittencourt, especializada em redes de negócios e franquias.
As marcas ganharam visibilidade entre a população de forma geral e, em especial, entre o público mais jovem, conectado nas redes sociais. Ao mesmo tempo, algumas cidades ficaram saturadas para determinados segmentos. Além disso, o alto custo de ocupação nos grandes centros (aluguel, marketing, pessoal) afugentou os franqueados para áreas com menor valor de investimento.
Para atender a demanda por modelos mais enxutos, explica Claudia Bittencourt, diretora do Grupo Bittencourt, as empresas desenvolveram lojas menores. As cidades ideais, ela explica, são aquelas nas quais a franqueadora consiga dar suporte, abastecer e acompanhar de perto o trabalho da unidade.
Saúde e beleza e alimentação continuam oferecendo boas oportunidades de investimentos, avalia Claudia Bittencourt, mas há nichos interessantes em cada um desses setores. No de alimentação, ela cita, é na comida saudável e na área de beleza e bem estar que há potencial, em especial nos produtos direcionados ao público masculino.
Apostando na alimentação saudável, o Açaí Villa Roxa, presente em quatro Estados, planeja expandir para cidades com até 100 mil habitantes. Além de Minas Gerais e interior de São Paulo, a rede marca presença no Sul, que, ao lado do Nordeste, é a região que mais tem atraído os franqueados.
Cidades pequenas do Paraná já contam com dezenas de marcas, como Francisco Beltrão, que com 80 mil habitantes chegou ao final do ano passado com 44 franquias. “As redes estão fazendo a mesma rota dos shoppings que começaram pelas capitais e expandiram para o interior”, compara Osmar Dalquano Junior, coordenador estadual de varejo do Sebrae-PR.
As regiões com maior potencial, ele avalia, são as que têm economias diversificadas e não são dependentes de um único setor.
Marcas com expertise em cidades a partir de cem mil habitantes, como a especialista em calçados femininos Quinta Valentina, apontam boas oportunidades de negócios em municípios pequenos não só no Paraná como em toda a região Sul. A marca, com 55 unidades no Sul, quer ampliar este número em 25% em 2017, elevar o faturamento de R$ 10 milhões em 2016 para R$ 13 milhões e atingir 400 unidades até o fim do ano.
Maringá, Londrina, Ponta Grossa e Cascavel estão nos seus planos de investimentos, que incluem ainda Balneário Camboriú e Joinville, em Santa Catarina, além de Passo Fundo e Pelotas, no Rio Grande do Sul.
O alvo da rede de lavanderia 5àsec, com mais de 400 unidades em todo país, também é o interior da região Sul onde planeja abrir este ano 29 unidades em pelo menos dez municípios, entre os quais Canoas, Gravataí, Novo Hamburgo, Passo Fundo e Chapecó.
“Os três Estados do Sul contam com municípios estruturados”, diz o diretor de marketing e expansão da 5àsec, Celso Barros. O objetivo é atingir municípios a partir de 80 mil habitantes. Os franqueados vão poder optar por diferentes modelos de lojas com faturamentos mensais que variam de R$ 15 mil a R$ 80 mil.
O interior do Norte e Nordeste oferecem boas oportunidades de investimentos, além do potencial de negócios de suas capitais que ainda não se esgotou, avalia o diretor regional da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Leonardo Lamartine.
E é para essas áreas que está voltado o plano de expansão do Instituto Embelleze, que prevê novas unidades em Caruaru, (PE), Bragança (PA), Sobral (CE) e Mossoró (RN), entre outros municípios.
Para a marca que faturou no ano passado R$ 280 milhões, 12% mais do que em 2015, com 392 unidades, falta espaço para crescer nas capitais onde se concentra a maior parte da rede. “Além disso, as pequenas são carentes de marcas líderes”, observa seu presidente executivo, Paulo Tanoue.
A escola de idiomas CNA mapeou 442 municípios com potencial para novos negócios e criou um modelo direcionado a cidades com até 75 mil habitantes. O foco são Nordeste e Norte, além do interior de São Paulo e Minas. “As oportunidades são maiores, por haver menos concorrentes”, diz José Carlos de Souza, diretor de operações e expansão. A expectativa é elevar em 10% o faturamento, que fechou 2016 em R$ 730 milhões.
Por Salete Silva
Fonte:  Valor Econômico