Recuperação do mercado de beleza deve vir somente em 2019 no Brasil

Recuperação do mercado de beleza deve vir somente em 2019 no Brasil

Empresas esperam faturamento maior já em 2018, mas projetam investimento em um cenário econômico mais favorável só no ano que vem; incerteza com o resultado das eleições preocupa. Empresas do setor de beleza esperam fechar 2018 com receita superior à do ano passado, apesar das dificuldades enfrentadas com a crise econômica. Uma retomada contundente, porém, só deve ocorrer em 2019 com a expectativa de cenário mais estável. A Gama Italy espera crescer 21% neste ano, com o aumento da demanda por produtos profissionais no uso doméstico. “A crise levou as mulheres a frequentar menos os salões de beleza e a buscar produtos de melhor qualidade e maior potência para uso em casa”, afirma o diretor comercial e de marketing da empresa, Pablo Abeleira. “Além disso, muita gente que perdeu emprego passou a oferecer serviços de beleza em casa”, argumenta. O Mercado De Beleza No BrasilEle afirma que a demanda por produtos na faixa de R$ 200 a R$ 400 – que podem ser considerados profissionais intermediários – puxou as vendas. “São itens com qualidade, durabilidade e recursos por um valor bom e o consumidor está disposto a investir um pouco mais para ter um produto que dure.” Atualmente, 70% das vendas da empresa ocorre por meio de grandes redes de supermercados e de varejo, direto ao consumidor final. Ele avalia que no segundo semestre o mercado voltou a ficar otimista. “A perspectiva é de uma Black Friday forte.” Abeleira também destaca o crescimento na demanda por produtos para barbearias. A empresa lançou em setembro a Gama Barber Series para atender a esse segmento e a expectativa é de que a linha responda por 20% do faturamento. A fabricante também lançou o primeiro secador profissional bivolt com potência mais elevada. Em 2019, a perspectiva é de crescimento de 16% na receita da empresa em relação ao resultado previsto para este ano, amparada nos lançamentos e em um cenário econômico mais positivo. Diante dessa projeção, a empresa italiana, que mantém fábrica na Zona Franca de Manaus e está no País há 18 anos, investirá US$ 1,5 milhão para ampliar a capacidade de produção de 1,8 milhão de unidades – sendo 1 milhão de secadores e 800 mil pranchas – para 2,1 milhões de unidades, sendo 1,1 milhão de secadores e 1 milhão de pranchas. Mercado resiliente O presidente da Belliz Company, André Guidolin, vê uma retomada do setor nesse segundo semestre. “Este é um mercado resiliente. As indústrias se reiventam e entendem que em um momento de crise é preciso oferecer ao consumidor um produto mais acessível, mas que nem por isso deixe de trazer os benefícios que o consumidor já tinha antes”, afirma o executivo. O carro-chefe da empresa, que atua em 16 categorias de produtos de higiene e beleza, são as linhas de escovas e pentes de cabelo, que representam 25% do faturamento. A companhia tem uma linha focada em produtos profissionais, a Vert, e duas voltadas ao consumidor final: a Rica – que representa cerca de 38% do faturamento da empresa – e a Belliz. Segundo Guidolin, a característica de trazer inovação ao consumidor de forma acessíveis tem sido um diferencial nesse cenário de crise. A empresa lançou uma linha de máscaras faciais em abril e de produtos de cuidados pessoais com esse perfil, como os lipbalms (hidratantes labiais) lançados em setembro. A Belliz espera crescer 15% em 2018 e em 2019, seguindo a média alcançada em anos anteriores. “Acho que teremos um ano de menos crise”, pontua Guidolin. Incerteza persiste O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), João Carlos Basilio, afirma que o setor terá crescimento real neste ano. “Estamos sentindo uma melhora ante o primeiro semestre, vamos ter um crescimento real.” Ele projeta uma alta de 1,5% a 2% ante o ano passado, quando o setor movimentou R$ 47,5 bilhões. Contudo, Basilio ainda se mostra reticente com relação ao próximo ano. “Estamos muito preocupados com as eleições, não há um caminho que nós enxergamos como seguro, infelizmente”, disse. “Só depois das eleições saberemos o que esperar para o próximo ano”, acrescentou o dirigente. Fonte: DCI

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