No Rio, calor forte ajuda sorveterias

No Rio, calor forte ajuda sorveterias

O calor, porém, não trabalhou sozinho para levar clientes às lojas. As empresas também agiram para manter o movimento, com a oferta de produtos mais baratos e segurando os preços, mesmo diante da alta de custos. Durante 25 dias em janeiro, a temperatura na zona sul do Rio superou a marca dos 30 graus. No mês, o faturamento da rede Sorvete Itália aumentou 37,5%, ante o início do ano passado. Apesar do aumento dos custos, como a energia elétrica, a companhia não reajustou os preços e conseguiu avançar no mercado apostando em uma ampla variedade de produtos e valores promocionais. O próximo passo é expandir a operação para São Paulo, Espírito Santo e Brasília. Em média, cada uma das 31 lojas da Sorvete Itália fatura R$ 75 mil por mês. A companhia conseguiu ampliar a produção nos últimos anos. Em 2015, investiu R$ 2,5 milhões na expansão da fábrica e ampliou a capacidade de produção de sorvetes em 25%, e de picolés em 80%. A variedade de produtos, segundo a gerente de novos produtos e de franquias da rede, Juliana Fonseca, é uma das principais estratégias da marca para superar momentos de crise. Em um dos pontos mais badalados de Ipanema, a Vero Gelato Italiano mudou de lado na rua para ampliar em cinco vezes o espaço da loja inaugurada no ano passado. A reforma custou cerca de R$ 600 mil, segundo o dono da sorveteria, o italiano Andrea Panzacchi. A empresa tem duas unidades - a outra fica no Leblon - e por enquanto não planeja expansão. O foco está na oferta para restaurantes e eventos, que compensou a estabilidade nas vendas aos clientes nas lojas. Por isso, o resultado ficou em patamares semelhantes ao do ano passado. "A crise está afetando todo mundo, no fim do mês isso é perceptível", disse o empresário. As sócias da sorveteria Mil Frutas, com oito unidades no Rio, pisaram no freio neste verão. Com crise e alta dos custos - "o preço da energia é desesperador", aponta uma das donas, Juliana Saboya -, a rede não cogita aumentar o número de lojas. O problema é que a queda na renda das famílias não permitiu que a sorveteria repassasse a alta de custos ao preço final. A rede também atua em um nicho mais segmentado, com frutas frescas e preparação artesanal, o que dificulta a abertura de novas lojas. Por enquanto, são oito unidades no Rio. Em todas, neste verão, o movimento cresce após o fim do expediente das empresas, a partir das 17h, com as pessoas tentando fugir do calor nas ruas. Em relação ao verão anterior, o faturamento subiu entre 5% e 8%. A Mil Frutas não revela a receita total. Fonte: Valor Econômico