As mulheres são diferentes dos homens quando estão na gestão, na liderança? Com esse questionamento, a consultoria de recursos humanos Thomas International, presente em 56 países, organizou o levantamento “Mulheres nos Negócios”, que analisou a personalidade da liderança feminina e masculina, o nível de inteligência emocional de ambos os gêneros e os comportamentos associados a homens e mulheres.
Para isso, a consultoria aplicou duas avaliações psicométricas que medem a personalidade – HPTI (Indicador de Traços de Alto Potencial) e TEIQue (Questionário de Traços de Inteligência Emocional) – em 137 comandantes mulheres e 137 gestores homens.
O primeiro teste mostrou que as lideranças femininas e masculinas têm a mesma probabilidade de possuir os traços de personalidade associados a um líder sênior de sucesso, e o segundo concluiu que os traços de inteligência emocional não mostram diferenças muito significativas entre os gêneros. Entre os traços de personalidade analisados estão consciência, resiliência, curiosidade, audácia, tolerância às diferenças e competitividade. Já na inteligência emocional foram avaliados assertividade, gestão da emoção, adaptabilidade, automotivação, autoestima e empatia, entre outros aspectos.
“Nossos vieses inconscientes fazem com que a gente avalie uma competência de uma forma no homem e de outra forma na mulher”, afirma Marcelo Souza, CEO do grupo Soulan, distribuidora da Thomas no Brasil. Ele dá um exemplo: “Ser assertivo pode ser considerado positivo no homem mas na mulher vira piada, é mandona. Podemos mudar isso se olharmos a competência de forma correta, isoladamente, independentemente do gênero.”
Souza entende que as empresas estão cada vez mais conscientes da importância da diversidade para os negócios e afirma que as organizações têm investido na conscientização das equipes. “Atualmente até se fala em recrutamento às cegas, em que só veem as competências, e não o gênero”, diz.
Mas ele admite que ainda há uma longa batalha pela frente. “É difícil reconhecer o viés porque ele é sempre inconsciente. As pessoas não reconhecem que tomam a decisão baseadas no gênero”, afirma.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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