Grupo Bittencourt
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Consumidores maduros abrem possibilidades para novos negócios

Quando o pai de Luiz Otávio Carneiro, de 43 anos, ficou doente e acamado, a família viu como era difícil, mas importante ter os cuidados necessários com ele. Foi a partir dessa situação que o filho, há dois anos, resolveu investir e abrir uma franquia da Home Angels, de cuidadores de idosos e enfermos. A história é similar a de diversos empreendedores, que têm investido em negócios voltados para clientes nesta faixa etária. E ainda há muito a explorar no mercado, devido ao aumento na expectativa de vida dos brasileiros.
A gente já verificou muitas iniciativas assim: de pessoas que enfrentaram dificuldade em achar um serviço para seus pais — afirma Roni Ribeiro, sócio da consultoria Gagarin: uma coisa é inegável. Há uma inversão da pirâmide populacional, com o número de idosos crescendo muito. Isso impacta todas as categorias de produtos.
A atenção para incluir os idosos é dica válida para todos os negócios. Na CVC, agência de viagens, eles já representam 20% das vendas e dos embarques no ano, por exemplo. Nas unidades do Mineiro Delivery, representam 12%. Mas também há oportunidades que podem tirar proveito dos maiores de 65 e dos consumidores maduros (com idade a partir dos 50), cada vez mais ativos. Veja dicas abaixo, dadas pela Gagarin.
Atento a este potencial, o sistema de franquias também tem diversas oportunidades. Luiz comemora:
— O fato de ter começado a empreender já na crise, conseguir sobreviver é uma coisa fabulosa — diz.
Confira dicas para adaptar seu empreendimento
Para adaptar um negócio qualquer aos idosos e torná-lo convidativo, assim como um espaço seguro a eles, são necessários alguns cuidados com o espaço físico, como priorizar rampas, evitar degraus muito íngremes e abolir pisos escorregadios. A Mineiro Delivery está atenta:
— Em todas as unidades, pensamos nos idosos e nas pessoas com deficiência física. Então, sugerimos um piso que não seja escorregadio. Além disso, aumentamos a letra no cardápio após uma senhora que é nossa cliente assídua solicitar isso — explica Paulo Yossimi, que é sócio e diretor operacional das franquias Mineiro Delivery.
Como na rede, é importante que os donos e funcionários de negócios saibam ouvir os consumidores maduros, aponta Roni, da Gagarin.
— As pessoas querem ir para lugares que atendam suas eventuais limitações. É preciso ter uma arquitetura e ergonomia que sejam acolhedoras para as pessoas. Em segundo lugar, é preciso atentar para a dinâmica das pessoas, que estejam preparadas para atender, principalmente aqueles senhores de 80 anos. Quando essa pessoa vai ao mercado, por exemplo, é mais que uma atividade funcional. É uma atividade social, um passatempo. Tem que saber ouvir, ter paciência, traquejo, bom senso e fazer com que eles encontrem empatia — afirma.
‘Vovó e vovô querem praticidade na cozinha’
A gente faz um cadastro dos clientes para ter uma base de dados e avaliamos, há cinco meses, que a demanda de senhores acima dos 60 cresceu. Essa turma toda não é mais a vovó que faz tricô e o vovô que fica na cadeira de balanço; isto mudou. Os dois querem comida rápida e praticidade na cozinha. Por isso, resolvemos fazer uma campanha voltada para este público — conta Paulo Yossimi, sócio e diretor operacional da rede Mineiro Delivery
Fonte:  PEGN