Amazon.com convidou algumas das maiores marcas do mundo para sua sede em Seattle em uma tentativa para convencê-las de que é a hora de começar a vender produtos diretamente aos consumidores, ajudando a companhia de Jeff Bezos a ultrapassar redes como Walmart, Target e Costco.
Executivos da General Mills, a Mondelez, entre outras empresas, participarão de um evento de três dias na Amazon em maio, segundo a Bloomberg apurou. Lá, eles farão um tour pelo centro de entregas da gigante do e-commerce e assistirão a uma apresentação de Jeff Wilke, diretor para consumidores globais da Amazon.
A empresa criada por Jeff Bezos quer mudar o relacionamento que existe entre marcas e lojas físicas que, por décadas, determinaram como produtos populares eram projetados, embalados e enviados.
Caso a Amazon tenha sucesso, grandes marcas vão se preocupar menos em criar produtos que se destaquem nas prateleiras. Em vez disso, vão focar em criar produtos que possam ser enviados rapidamente até a porta dos consumidores.
“Os temos estão mudando”, diz a Amazon em um convite ao qual a Bloomberg teve acesso. “Amazon acredita fortemente que cadeias de oferta desenhadas para servirem a negócios direto-ao-consumidor têm o poder de criar experiências de compra e eficiência global melhoradas. Alcançar isso demanda uma grande mudança na forma de pensar.”
As fabricantes teriam de repensar tudo, da forma como os produtos são feitos à forma de embalá-los. Detergente líquido poderia vir em frascos mais resistentes e à prova de vazamentos. Em vez de embalagens frágeis desenhadas para se destacar nas prateleiras, biscoitos e cereais poderiam ser postos em caixas mais duráveis e sem decorações.
As fábricas poderiam despachar produtos para consumidores individuais, e não mais caminhões cheios de itens. Não está claro quem ficaria a cargo do transporte nesse novo cenário, embora a Amazon ofereça uma série de serviços de entrega. A empresa não quis comentar.
A Amazon quer ganhar espaço no setor de supermercados — categoria de US$ 800 milhões nos EUA e ainda dominada por cadeias tradicionais.
Convencer as empresas a mudar suas operações para o mundo on-line tornaria mais fácil para a Amazon despachar itens comuns aos lares para seus consumidores em menos de uma hora. Isso tem o potencial de tornar obsoletas as idas de última hora ao supermercado.
O desafio é fazer com que as marcas acreditem que o e-commerce é o futuro, embora hoje represente apenas uma pequena fatia da receita delas.
Para Jim Hertel, vice-presidente sênior da empresa de marketing Inmar, a Amazon vai buscar convencer as outras empresas prometendo aumento de vendas, o que pode ser muito convincente para companhias lutando para melhorar resultados em um momento no qual os gostos dos consumidores e seus hábitos de compras têm mudado rapidamente.
Fonte: PEGN
Artigos