Grupo Bittencourt
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Abrir o próprio negócio, uma aposta ousada que exige cuidados para dar certo


O investimento inicial para colocar de pé uma única loja varia de R$ 5 mil a R$ 80 mil, considerando taxa de franquia (taxa de adesão à rede de franqueados), recursos para abertura da unidade e capital de giro, de acordo com a ABF. Para gigantes, como a rede de fast-food Habib’s, o aporte fica na casa dos milhões. E o tempo para obter retorno do investimento, independentemente do tamanho do empreendimento, pode variar de um ano e meio a três anos.
Por isso, muitos brasileiros começam na informalidade. Raphael Krás, sócio-fundador da rede de fast-food vegetariana Hareburger e hoje com 30 anos, deu os primeiros passos do negócio quando tinha apenas 19 anos. Sem encontrar opções vegetarianas na praia, pegou R$ 50 com a avó, comprou um isopor, alguns ingredientes e foi vender hamburger com carne à base de soja na areia.
O sanduíche caiu no gosto popular. Foram cinco anos até a abertura da primeira loja, em 2011. O negócio começou a crescer e Krás percebeu que era hora de buscar investidores para expandir a rede. Hoje, são sete lojas, entre próprias e franqueadas. Mesmo em meio à recessão, está prevista a abertura de mais três no Rio e a primeira na capital paulista, em abril.
— Um ponto chave para o negócio dar certo é a dedicação, gostar do que se faz. Depois, é preciso perceber que você não consegue fazer tudo sozinho, que o negócio se torna maior que você e que, por isso, você precisa de ajuda. Você precisa de profissionais com qualificação para fazer o empreendimento andar — diz Krás.
Alexandre Martins, diretor da Fábrica de Bolo Vó Alzira, também destaca a importância do plano de negócios. Por volta de 2007, a mãe de Alexandre, Alzira, começou a fazer bolos em casa para aumentar a renda. Logo as encomendas cresceram e o bolo passou a ser vendido na mercearia do pai de Alexandre, no Centro.
Em pouco tempo, a mercearia abrigaria também a produção dos bolos. Nascia a primeira Fábrica de Bolo, que mais tarde, para fortalecer a marca e se diferenciar dos concorrentes, agregaria o nome da boleira de mão cheia. A família chego a abrir uma segunda unidade na Tijuca. Com o crescimento das vendas, porém, veio a ideia de franquear a marca.
— Um dos nossos desafios era como garantir a qualidade do produto. Sabíamos que o bolo teria que ser assado em cada loja, porque o cheio era o principal chamariz. Então, desenvolvemos um mix que é a base da massa dos bolos e que vendemos para todos os franqueados — conta Martins.
Foram oito meses dedicados ao desenvolvimento desse mix e mais quatro meses montando o plano de negócios até a abertura da primeira franquia, em 2014. Hoje, são 200 lojas em nove estados. A empresa deixou de ser familiar e tem diretores profissionais para tocar a expansão.
— Tem gente que acha que o sucesso vem do dia para a noite. Mas não é assim. É preciso profissionalização — afirma Martins. — Não ter pressa é fundamental. O melhor é montar um plano de negócios bem feito, com calma, para não ser atropelado no futuro.
Fonte: PEGN