O Novo Mercado e a velocidade imposta as empresas pós pandemia

O Novo Mercado e a velocidade imposta as empresas pós pandemia

Já passamos pela fase mais crítica, de muitas incertezas e até de um certo pânico em relação à saúde das empresas e das pessoas, agora é hora de colocar a cabeça para funcionar e trabalhar todas as alternativas porque o ambiente  empresarial vai passar por várias transformações. Com base no que temos hoje, o que podemos fazer por nossas empresas para que elas se mantenham firmes no pós-crise?

Um questionamento existencial é repensar: as competências que você tem hoje na sua empresa comportam as necessidades que ela terá no pós covid-19? É um momento propício para trazer um novo jeito de pensar para a empresa e contar com a contribuição cultural de  pessoas com origens e expertises diversas.

Uma empresa que teve que (re)nascer mais digital, ágil e ativa certamente precisa desenvolver ou trazer pessoas que tenham como contribuir com essas competências para os negócios. Esse é um aspecto que deve ser considerado por todas as empresas que estão sendo obrigadas a acelerar o seuprocesso de transformação digital à força.

Ainda que seja difícil prever todos os efeitos da pandemia na psicologia do consumidor, pode-se dizer que a forma como as marcas se posicionarem durante a crise será fundamental para a manutenção dessa relação. Enquanto os consumidores fizerem compras por motivos que transcendam a razão, o varejo offline permanece relevante mas desempenhando um novo papel e isso ainda precisa ser muito explorado pelas empresas.

As mudanças  que  se tornarão evidentes no novo mercado, pós Covid-19:

1. Meios de pagamento contactless & cashless - Os meios de pagamento deverão ser cada vez mais isentos de contato por questões sanitárias. O dinheiro em papel deve definitivamente ficar no passado e a crescente necessidade de eliminar cartões e senhas vai exigir a revisão dos devices de pagamento pelas empresas. Isso deve acelerar as parcerias entre bancos e operadoras de celular e a adoção de tecnologias como QR Code, pagamento por aproximação (NFC - Near Field Communication) e via celular como como Apple Pay, Android Pay.

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2. Digitalização - A digitalização do consumidor é o “novo normal” e tende a perdurar após  a crise. Esse fenômeno pode ser chamado de “escova de dente”, ou seja, “qualquer coisa que você utiliza duas, três vezes por dia, vira seu hábito naturalmente”. E levando em conta que esse aprendizado acontecerá num momento de dor, será mais valorizado e mantido. Agora já devidamente habituados aos cliques que se traduzem em conveniência na porta de casa, à medida que os consumidores começarem a voltar a circular nas ruas e no varejo físico, eles vão buscar essa experiência fluída do online no offline.

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3. Consumo “ativista” e horizontalização das empresas - Isso não significa que as hierarquias serão extintas, mas indica uma necessidade de empoderar as equipes, incentivando a autogestão e a confiança nas entregas. Por conta dos efeitos da pandemia os consumidores devem ficar mais ponderado em relação ao custo de produtos e serviços por medo de consumir e gastar suas reservas; menos fiel a marcas e mais aberto a testar aquelas que ofereçam mais valor, propósito e conexão pelo menor preço; e mais ativista de causas reais e ao propósito das marcas, avaliando as atitudes e o posicionamento delas perante a crise.

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4. Economia da experiência - Apenas consumo de bens e serviços não serão  mais suficientes para os consumidores, cada vez mais as experiências são desejadas e demandadas para as marcas. Há o desejo latente por um envolvimento mais humano e emocional. Já passávamos por um processo de conscientização sobre a necessidade de ressignificação do papel da loja visto as mudanças de cenário no varejo. O varejo tradicional, mesmo que em um mundo digitalmente renovado pós covid-19, passará a ser exigido ainda mais, e as lojas poderão ser usadas como mídia para atrair clientes e, suas plataformas online, um canal para transacionar as vendas. As experiências, que serão ainda mais valorizadas daqui pra frente, têm a loja física como morada. É lá que o cliente vai efetivamente encontrar valor pelo relacionamento que estabelece com as marcas

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5. Lives - Além do shift to online na forma de se comunicar e se posicionar, outra mudança importante apresentada neste momento com a força de um tsunami é do consumo online, com lives para vender ou estimular o consumo de produtos. O resultado quase sempre são mais e mais vendas. Algumas características fazem desse modelo um sucesso são  pessoalidade, apelo emocional, influencia, realismo, sensação de pertencimento e interação em tempo real.

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6. A vida na nuvem - Se a dúvida antes era entre online ou físico, agora vai muito além. Físico com entrega direta, online por voz, live commerce, streaming, marketplaces, redes sociais, apps e uma profusão de universos que habitam na nuvem e que traduzem desejos e necessidades de consumidores já quase que totalmente adaptados à realidade do universo digital. 

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7. Conversational Commerce - O shift to online dá espaço para o varejo de voz crescer de forma ainda mais acelerada do que o previsto, com dispositivos como Alexa. Esse modelo simplifica as transações, eliminando a necessidade de buscar os mais diversos devices e apps para se informar sobre produtos e, finalmente, fazer compras. Isso torna o hábito de comprar mais fluido e sem atrito e as relações com as marcas ficam ainda mais íntimas.  A privacidade estará cada vez mais posta à prova e o voto de confiança do consumidor ainda maior. 

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8. União dos players - Para sair fortalecidas da crise, as empresas devem intensificar fusões e aquisições. Algumas empresas se tornarão mais acessíveis em termos de investimento aos olhos dos investidores e, ainda assim, como uma oportunidade de ampliar mercado, ampliar escopo, angariar novos consumidores.

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9.  Foco no mercado interno, local e regional - As cadeias de abastecimento podem se voltar para dentro, buscando minimizar os efeitos da alta dependência de fornecedores asiáticos no suprimento de itens essenciais para a fabricação de produtos. As empresas tenderão a buscar menor dependência de poucos fornecedores e vão ampliar seus “colchões” de abastecimento. E com isso, a fabricação de itens em locais mais próximos deve ser também resultado desse processo. E o consumidor vai redescobrir a beleza da proximidade e da possibilidade de construir um relacionamento com o comércio local.

Sobre o Grupo BITTENCOURT
Consultoria com mais de 3 décadas de mercado especializada no desenvolvimento, gestão e expansão de redes de negócios e franquias. O grupo foi fundado por Claudia Bittencourt, com o objetivo inicial de apoiar as empresas em seus processos e estratégias de crescimento. Hoje consolidada como uma plataforma de produtos e serviços diversos, atua junto à indústria, no varejo e no franchising, como um dos maiores especialistas em expansão de negócios em diversos segmentos.

*Por Lyana Bittencourt, diretora executiva do Grupo BITTENCOURT - consultoria especializada em desenvolvimento,  expansão e  gestão de redes de franquias e negócios