O mundo tem passado por grandes revoluções em diversos aspectos e, é claro, todos devem já ter sentido que não existe imunidade a essas transformações em nossos negócios.
Falar que as linhas entre o físico e o digital estão se tornando cada vez mais turvas, não é algo que só se diz por aí, é o que se sente tanto nas operações quanto nos resultados. Temos sido obrigados a repensar as estratégias de canais de distribuição, modelos de negócios e até mesmo as oportunidades de expansão. Não é apenas uma questão de manter vantagem competitiva; é uma necessidade para a sobrevivência e crescimento das empresas.
Entendendo que esse é o caminho, repensar os canais de distribuição é crucial e crítico uma vez que temos sido exigidos de nos adaptarmos ao comportamento dinâmico do consumidor, que busca por experiências de compra cada vez mais consistentes e personalizadas.
A digitalização impulsiona a necessidade de uma presença robusta – everywhere commerce, enquanto a eficiência operacional se faz ainda mais primordial para a redução de custos. Além disso, a sustentabilidade e a responsabilidade social emergem como pilares essenciais nas estratégias das empresas e inovação como diferencial competitivo crucial em um mercado saturado.
A entrada em novos canais de distribuição frequentemente requer um redesenho do modelo de negócios existente ou a criação de novos conceitos. Isso se deve à necessidade de alinhar as operações, estratégias de marketing e abordagens de vendas com as particularidades e expectativas únicas desses canais.
Adaptar-se a um novo canal pode significar repensar a cadeia de valor, integrar novas tecnologias e desenvolver capacidades distintas para atender às demandas específicas do canal e dos consumidores.
Além disso, a incursão em novos canais pode abrir oportunidades para inovar na oferta de produtos ou serviços, exigindo um pensamento criativo para diferenciar-se da concorrência. Isso inclui considerar como as experiências dos consumidores podem ser enriquecidas e como os processos internos podem ser otimizados para suportar essa transição.
E o principal, essa reconfiguração e inovação nos modelos de negócios não é deve ser apenas uma medida reativa, mas uma abordagem estratégica proativa para garantir a sustentabilidade do novo canal.
E com mais canais, maior a complexidade do negócio. Não se trata apenas de físico e digital, mas de uma realidade interconectada que passa por iniciativas de realidade virtual, realidade aumentada, inteligência artificial, metaverso (sim, ele não morreu!), e tudo mais que ainda está por vir.
Essa interseção e fluidez contínuas criam oportunidades únicas para as marcas se conectarem com seus consumidores de maneiras inovadoras. Já não basta ser OMNI, o foco agora é ser UNI. Atuar de forma unificada, no que tem sido chamado de Unified Commerce.
Essa é a abordagem que está revolucionando a interação entre os canais físicos e digitais no varejo, ao oferecer uma experiência de compra unificada e ininterrupta.
Essa abordagem integra todos os canais de distribuição, todas as operações de vendas, gestão de estoques e atendimento, feedback e relacionamento com o cliente em uma única plataforma, proporcionando uma visão holística e em tempo real de toda a atividade comercial e operacional do negócio.
À medida que avançamos cada vez mais para uma jornada UNI, a expansão para diferentes mercados torna-se não apenas uma oportunidade, mas uma necessidade estratégica para empresas em busca de crescimento sustentável.
Diversificar a atuação em múltiplos mercados permite não só alcançar novos públicos, mas também mitigar riscos associados à dependência de um único mercado. Ampliar presença, market share, reconhecimento de marca e, claro, a lucratividade, as empresas vão ser exigidas de se adaptarem tanto cultural quanto operacionalmente, visando entender e respeitar as nuances de cada região, garantindo uma oferta de valor que seja tanto global quanto localmente relevante.
Lyana Bittencourt, CEO do Grupo BITTENCOURT, consultoria especializada no desenvolvimento, expansão e gestão de redes de negócios e franquias.