Autonomia e Controle – Paradoxo ou necessidade de andar junto?

Autonomia e Controle – Paradoxo ou necessidade de andar junto?

Muito se fala hoje em empresas com equipes auto gerenciáveis sem hierarquias e colaborativas. Que esse modelo é o futuro da gestão das empresas e que já não cabe a imposição de controle das atividades, pois cada profissional deve ser empoderado a cuidar dos projetos sob sua gestão, ter autonomia na execução de suas atividades e do seu tempo para enfim, conseguir estabelecer seu próprio ritmo de execução e ter foco na entrega e nos resultados que se deseja alcançar. Tudo isso muito certeiro e louvável do ponto de vista do desenvolvimento das equipes e do ambiente de trabalho. Geralmente as empresas que estabelecem esse modelo ganham em produtividade, em satisfação do cliente e em baixa rotatividade dos funcionários. Porém, para uma empresa tradicional pensar em adotar esse modelo pode parecer um tanto complicado pois geralmente esbarra numa cultura muito forte e arraigada em que se confunde poder com liderança e submissão com respeito. O fato de se dar autonomia às equipes pode se confundir com falta de acompanhamento e gestão de resultados. É aí que precisamos entender como esse modelo funciona além da liberdade de atuação cedida às equipes. Uma equipe auto gerenciável precisa medir e acompanhar de forma muito próxima os resultados. Sendo essa uma característica das empresas com crescimento exponencial, tema que temos estudado bastante no Grupo BITTENCOURT. As organizações que adotam esse modelo tendem a crescer mais rápido, mas por trás desse crescimento existe uma estrutura forte de avaliação e controle de resultados. Elas reúnem dados e informações relevantes para a tomada de decisão de forma rápida e eficaz. Todo o modelo de gestão deve permitir ser retroalimentado por meio dos feedbacks dos envolvidos no processo. Ou seja, a abertura necessária para ouvir e considerar as percepções de pares, equipes, líderes, clientes e a comunidade em que está inserida. Trata-se efetivamente de uma forma colaborativa de construção do negócio, em que a autonomia anda junto com a abertura para “troca de valor” nos mais diversos pontos de contato. Valor esse que pode ser uma crítica, sugestão, nível de satisfação ou qualquer feedback que possa ser considerado construtivo para o aprimoramento do processo como um todo. A medição desse processo de retroalimentação e dos resultados alcançados pelas equipes não pode ser esporádica e exige altos níveis de controle para ser efetiva, pois é por meio dela que a necessidade de ajustes ao longo do caminho é identificada. Muitas vezes, avaliações do negócio e das pessoas envolvidas trazem inputs importantes para a condução da empresa ao longo dos anos. Também com igual peso se faz necessário medir resultados de forma quase obsessiva. Uma medição próxima feita por sistemas inteligentes e integrados que possibilitam a utilização das informações coletadas para buscar melhores resultados comerciais e operacionais. Uma importante aliada nesse processo de coleta, análise e tomada de decisão por meio de sistemas integrados, é o uso de algoritmos, big data, inteligência artificial e ainda de forma mais evoluída, machine learning e deep learning. Mostrando mais uma vez que a tecnologia vem como aliada para ganho de eficiência e na transformação na forma de gerir os negócios. Então, sempre que se fala em grandes revoluções que estão acontecendo nas empresas, na gestão dos negócios e dos ambientes de trabalho cabe um olhar mais profundo do como fazer acontecer. Quase sempre uma transformação aparentemente simples tem por trás a adoção de práticas modernas e complexas e que requerem investimento das empresas. Adotar um modelo novo de gestão requer também um novo olhar para a estrutura organizacional que deve ser voltada para que o “simples”  efetivamente aconteça.

Claudia Bittencourt, sócia e diretora geral do Grupo BITTENCOURT.

Nota: O Grupo BITTENCOURT realizou nos meses de junho e julho um estudo inédito sobre a cultura de crescimento exponencial nas empresas franqueadoras brasileiras. Esse estudo, traz além dos aspectos discutidos nesse artigo, outros que tendem a fazer as empresas ganharem velocidade e relevância no mercado. As conclusões serão apresentadas com exclusividade no 9º Fórum Internacional de Gestão de Redes de Franquias & Negócios que ocorrerá nos dias 2 e 3 de outubro no Teatro Santander em São Paulo. Para participar acesse: www.forumdefranquias.com.br

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