O que tem levado as empresas a se preocuparem tanto como o tema propósito?
Durantes décadas e mais décadas as empresas eram reconhecidas no mercado pelo seu porte, pela imponência de suas estruturas físicas, pela estrutura organizacional, pelas hierarquias e pelo belo plano de carreira que oferecia a seus colaboradores. Sem deixar de falar que no local mais nobre da empresa, estavam lá estampadas: a missão, a visão e os valores.
Os jovens ao saírem das mais renomadas universidades tinham como objetivo galgar uma vaga como trainee em uma dessas corporações e nela fazer carreira e lá ficar, quem sabe, até se aposentar.
A cada ano que passa essa realidade tem se tornado mais distante, por diversos motivos, os principais dizem respeito ao avanço da tecnologia, da internet e ao perfil da nova geração. A internet descortinou o mundo, em todos os sentidos, desde a violência, que sempre existiu mas nem todos viam, até os eventos mais belos da natureza. Disponibilizou conhecimento, tornando-o sem dono, de todos. Permitiu à população, de qualquer parte do mundo, o acesso a tudo que queriam conhecer ou experimentar, mesmo que virtualmente.
O acesso ao conhecimento potencializou o mundo das ideias, lógico! Mais conhecimento, mais insights, mais ideias, mais novos negócios, novas empresas, novos serviços, novos produtos. Começaram a surgir startups, e as empresas, aquelas de estruturas imponentes, com missão, visão e valores, etc., começaram a se sentirem incomodadas e provocadas, algumas até perderam mercado, e outras sumiram, não deu tempo.
Neste contexto tudo vem se tornando volátil, passageiro, curta duração. Quando surge uma tecnologia nova, ou um serviço novo, ou um produto revolucionário, na cabeça de qualquer pessoa vem a pergunta: Por quanto tempo? Será substituído em quanto tempo?
Mas, por incrível que pareça, frente a todas essas mudanças que são racionais e tangíveis surge algo que também está provocando e chamando a atenção dos líderes das empresas, parte também provocado pela nova geração, algo que é intangível e está no campo das emoções e dos sentimentos que é o PROPÓSITO, a essência, a alma da empresa. É algo muito além do lucro, que dá sentido e norteia todas as ações da empresa.
O propósito de uma empresa tem a ver com o propósito de seus líderes, o que essas pessoas defendem, acreditam e querem mudar no mundo e que levam para suas empresas. É algo absoluto, não muda, fica impregnado na pessoa, que por onde passa deixa rastros, deixa exemplos, é natural, não é uma frase. Quando levado para a empresa ela se torna forte, não vulnerável, perene.
Empresas com propósito atraem a nova geração, que buscam se relacionar com algo que faça sentido em suas vidas e que querem ter experiências gratificantes com a marca. São exemplo e seus produtos são desejados.
A grande indagação e reflexão para os empresários é: Qual o propósito de sua empresa? Que diferença ela faz na vida das pessoas e no meio que está inserida? Em que fará falta se um dia deixar de existir?
Sobre esse tema o Grupo BITTENCOURT realizou recentemente uma pesquisa com mais de cem empresas franqueadoras com o objetivo de entender como as empresas estão lidando com esse tema, tão importante nos seus negócios e com seus franqueados. O resultado foi surpreendente para a consultoria e para os empresários, em vários aspectos que serão apresentados no 8º Fórum Internacional de Gestão de Redes de Franquias e Negócios, que acontecerá nos próximos de 03 e 04 de outubro, no Teatro Santander, em São Paulo.
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CLAUDIA BITTENCOURT
Sócia Fundadora e Diretora Geral do Grupo Bittencourt, desde 1985. A empresa atua com consultoria voltada para o desenvolvimento e expansão de redes de franquias e negócios. Assessora as empresas franqueadora na planejamento e nas mudanças estruturais demandadas pela transformação do mundo digital, envolvendo revisão dos processos, aculturamento da rede e capacitação.