Grupo Bittencourt
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O emponderamento feminino no empreendedorismo

No dia internacional das mulheres, o Grupo BITTENCOURT traz uma análise sobre a força do empreendedorismo feminino que em nada fica devendo às iniciativas dos homens no universo dos negócios.
As brasileiras vêm demonstrando cada vez mais sua curiosidade e vontade em empreender, e não é por menos que as mulheres estão ocupando espaços ditos “masculinos”. Falar sobre “franquia feitas para as mulheres” é algo que não faz mais sentindo, isso porque escolher um segmento no franchising independe da questão de gênero.
Não é de hoje que muitas mulheres deixaram de cumprir apenas seu papel de donas de casa e foram em busca de reconhecimento e posicionamento no mundo dos negócios. Enquanto no universo corporativo elas ainda têm remuneração inferior à dos homens, é no empreendedorismo que elas encontram espaço para serem protagonistas de suas histórias, para então alcançarem seus objetivos pessoais e profissionais.
Empreendedorismo feminino
A última pesquisa realizada pelo SEBRAE em parceria com IBQP, a GEM – Global Entrepreneurship Monitor mostra algumas características marcantes do empreendedorismo brasileiro em comparação com os demais países que compõem o estudo. Um dado que nos chama a atenção é de que a variação percentual de empreendedores iniciais[1] no Brasil entre homens e mulheres está em pé de igualdade, se distanciam apenas 1,4 p.p. A pesquisa também coloca a mulher brasileira[2] em destaque em comparação a países economicamente desenvolvidos como EUA (9,2%) e Alemanha (3,3%), onde se pressupõe maior igualdade de gênero. Contudo verifica-se que o empreendedorismo inicial[3] é mais ativo entre os homens nestes dois países, (14,6%) e (6,1%) respectivamente.
Em uma análise histórica desde 2002 a 2010 a distribuição dos empreendedores iniciais no Brasil era predominantemente masculina, contudo a partir de 2010 os percentuais passaram a se assemelhar, garantindo maior participação feminina nesta atividade.

A transformação apenas começou
Outro ponto interessante destacado na pesquisa, é sobre a mentalidade empreendedora, ou seja, a relação entre a população que “sonha em ter seu próprio negócio” e aqueles que preferem fazer carreira em uma empresa. E o resultado reforça o incremento do empreendedorismo feminino no país. Sendo que 50,7% do empreendedor masculino que ter seu próprio negócio, e 49,3% das mulheres possuem o mesmo sonho, tal diferença pouco significativa reflete o processo de que ambos os gêneros estão em busca de um mesmo interesse, que é o de empreender, ganhar independência e autonomia.
O resultado sobre o posicionamento do empreendedorismo feminino no Brasil deve ser comemorado, pois o espaço está sendo conquistado mesmo com todas as dificuldades e barreiras culturais que ainda existem.
De acordo com a última pesquisa publicada pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com base nos dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mais recente, a jornada de trabalho doméstico das mulheres supera em 7,5 horas o realizado pelos homens nas tarefas de casa.  Contudo, percebe-se uma redução significativa do número de horas que as mulheres se dedicam às tarefas domésticas, o que tende a ser ainda menor nos próximos anos.
Outra tendência observada na pesquisa é a mudança no comportamento das famílias, ou seja, as mulheres passam a ser referência no domicilio, são efetivamente “chefes de família”. Em 1995 apenas 23% dos domicílios eram chefiados por mulheres, em 2015 essa proporção alcançou 40%. E uma informação importante sobre esse resultado, é de que nas famílias chefiadas por mulheres não há a presença de um cônjuge em apenas 34% dos lares.
As mulheres e as franquias
Já no universo do franchising, O Portal Sua Franquia, uma das principais referências no franchising brasileiro na captação de investidores-candidatos à franquia, constatou um aumento de 66% na busca por investimentos em franquias por mulheres no período 2015 e 2016 (64,6 mil em 2015 contra 107,5 mil acessos femininos em 2016). Enquanto a procura masculina para investir em franquias cresceu somente 14% no mesmo período.
Todos esses dados corroboram com o que temos visto no nosso dia-a-dia. As mulheres ganham seu espaço, tomam a frente dos negócios e assumem papel muito importante para a movimentação da economia do país. E nesse dia das mulheres, faço uma homenagem a todas as mulheres que se empoderam e vão enfrente para realizar seus sonhos e seus objetivos. Não há barreira cultural e preconceito de gênero que não possam ser superados por muito amor, dedicação, garra e vontade de fazer. E isso, as mulheres tem provado que têm e de sobra.


[1] Os empreendedores iniciais são os que tem seus negócios em atividade até 42 meses. Após esse período passam a ser considerados empreendedores estabelecidos.
[2] 20,3% é o percentual de empreendedores do gênero feminino no Brasil, enquanto o gênero masculino representa 21,7%.