Quem se interessa pelo sistema de franquias e começa a pesquisar esse modelo seja para converter sua marca numa empresa franqueadora, seja para buscar um negócio para se investir, logo percebe que o franchising é essencialmente um modelo de negócio de relacionamento.
E esse relacionamento vai além do aspecto transacional em que “Eu franqueador te concedo o direito de usar a minha marca, enquanto você franqueado, me remunera por isso”. O franchising é um relacionamento de longo prazo, construído em bases sólidas para que se mantenha uma relação pautada em confiança e reciprocidade. E isso começa a ser construído desde o primeiro contato do candidato com a marca.
A forma com que o candidato inicia o relacionamento com a marca pode ser o ponta pé para um relacionamento longo, duradouro e transparente ou o registro de um relacionamento difícil e pautado em desconfiança.
A transparência na transmissão das informações iniciais sobre o negócio e o cuidado com as expectativas do candidato são fundamentais para uma seleção acertada. Por vezes as empresas franqueadoras caem na armadilha de prometer além do que podem entregar, ou não fazem uma seleção criteriosa do perfil do candidato, sendo levadas pela motivação da expansão rápida, acabam pecando na qualidade.
Ao se considerar e deixar claro para ambos os lados todos os aspectos relacionados ao negócio – desde as expectativas pessoais do franqueado, expectativas de ganho com a unidade e também as necessidades da franqueadora em termos de metas a se alcançar, tempo necessário de dedicação ao negócio, faz com que o franqueado entre na rede seguro de suas obrigações e de seus direitos.
Na ânsia de vender a franquia, algumas etapas importantes de alinhamento podem ser deixadas em segundo plano pela franqueadora, o que pode significar um reforço de forma não intencional da construção de expectativas irreais do franqueado com o negócio. Esse estabelecimento de uma comunicação clara pode tirar o franqueador de uma posição vulnerável a possíveis conflitos no futuro.
E para não deixar que os conflitos apareçam, é importante que esse relacionamento positivo e transparente se mantenha continuo após o ingresso do candidato na rede.
A formalização de canais oficiais para comunicação com a rede se faz necessária desde sua formatação – é preciso desenvolver uma escuta ativa dos franqueados, fazendo com que eles se sintam parte integrante de um universo maior, para que eles tenham total sensação de pertencimento com a rede e com a marca.
Essa necessidade, além de se comprovar pela essência do sistema de franquias, se reforça pelo fato de que as pessoas estão procurando por ambientes e culturas corporativas que lhe permitam maior autonomia e mais acesso às informações. Tornar isso possível sem perder o controle e a liderança da rede é um dos desafios dos franqueadores dos dias atuais.
Então estejam todos abertos à comunicação e à criação de laços genuínos pautados na transparência e na colaboração com um objetivo comum alinhado tanto do ponto de vista do franqueador quando das necessidades do franqueado.