A única certeza nos negócios é que tudo pode mudar. E nesse cenário, a curiosidade é um diferencial para líderes e equipes. Mais do que uma forma de adquirir conhecimento, a curiosidade atua como um catalisador para a inovação, permitindo a discussão de possibilidades, busca de soluções e entendimento de cenários. Ser curioso hoje em dia não é apenas benéfico, é necessário para a sustentabilidade e eficácia das lideranças.
Fazer perguntas é uma ferramenta poderosa para fomentar a curiosidade e estimular o pensamento inovador. Questionar de forma recorrente “e se?” acaba sendo uma forma de preparar as equipes para enfrentar diferentes cenários, desenvolvendo uma perspectiva que considera não apenas o provável, mas também o que antes poderia ser considerado impossível. Esta abordagem estratégica incentiva uma cultura de questionamento e descoberta, em que os membros da equipe se desafiam a explorar novas ideias de maneira mais profunda.
Muitas vezes a curiosidade deixa de ser uma característica dos empresários que são consumidos pelo dia a dia dos negócios e dá lugar a um comportamento crítico ao invés de estimulante. Ao se tornar um crítico, é comum que adotem uma postura de “sabe tudo” e acabam subestimando pessoas e ideias, além de perderem a oportunidade de aprender.
Do ponto de vista da liderança de equipes, isso é fatal. Uma abordagem crítica ao invés de curiosa, desestimula, desengaja e faz o time perder a energia de produzir mais e buscar soluções. Gera dependência e inércia.
Integrar regularmente perguntas provocativas e cenários hipotéticos nas empresas fortalece a resiliência da organização em cenários de incertezas. Inclusive essa é uma estratégia conhecida para trazer vigor para as companhias. Quem já ouviu falar sobre a estratégia de “matar a companhia” ou “kill the company” para usar a origem do termo? Nessa abordagem, as lideranças são instigadas a pensar em situações extremas em que a empresa está em risco iminente de fechar as portas para provocar o pensar estratégico voltado para o crescimento e para o que é fundamental para mantê-la. Cortar custos, promover inovação em produtos, atuar em novos mercados, desenvolver novos canais de vendas podem ser inputs importantes que fazem a empresa sair de uma posição passiva para uma de liderança das transformações em seus mercados.
Uma abordagem de curiosidade genuína e valorizada é um comportamento essencial para as empresas e para seus líderes. A curiosidade cria campo fértil para o crescimento. Uma equipe curiosa é uma equipe capaz de enfrentar os desafios com confiança e criatividade, antecipando as mudanças em vez de apenas reagir a elas. E você? Tem sido crítico ou curioso na sua empresa?
Caroline Bittencourt, sócia-diretora de Relacionamento & Experiência do Grupo BITTENCOURT, consultoria especializada no desenvolvimento, expansão e gestão de redes de negócios e franquias. www.grupobittencourt.com