O segmento de animais de estimação, conhecido como Pet, só tem crescido e amadurecido nos últimos anos e tudo indica que continuará nesse caminho com expansão superior à média do varejo brasileiro.
As vendas consolidadas projetadas para 2013, excluídas as transações envolvendo venda de filhotes, deverão alcançar R$ 13,4 bilhões e a previsão para 2020 é que possa chegar a estimados R$ 20 bilhões. É um setor pulverizado para os padrões atuais do varejo brasileiro, onde as cinco maiores redes têm apenas 4,2% de participação de mercado e predominam as empresas nacionais, com nenhuma rede internacional atuando por aqui.
A história recente mostra uma clara tendência de aumento da profissionalização, formalização e consolidação à medida que cresce o interesse que o segmento gera, com aumento dos investimentos em desenvolvimento técnico-profissional e um forte estímulo da indústria fornecedora, em especial de rações e medicamentos, na melhoria das operações das lojas existentes.
Esses temas estiveram no núcleo principal das discussões que ocorreram durante o Fórum Pet Brasil realizado semana passada pela GS&MD – Gouvêa de Souza no lotado teatro do Hotel Renaissance em São Paulo, quando foram apresentados o estudo e a pesquisa sobre o tema que a empresa realizou pelo terceiro ano consecutivo e que se tornou a principal referência de mercado.
O interesse e a atração que os animais de estimação geram no mercado têm suas razões nas transformações do comportamento das pessoas que buscam a companhia desses animais, em muitos casos, como mecanismo de compensação, sendo que existe um contingente importante de residências que possuem mais de um exemplar. O Brasil é considerado um dos maiores mercados do mundo e tudo indica que continuará a crescer na escala global, também como reflexo das mudanças ocorridas na escala socioeconômica.
O futuro próximo do segmento mostra a tendência de continuidade da expansão física do número de lojas associada com uma inevitável consolidação que ocorrerá através do aumento da participação das maiores redes e a formação e desenvolvimento de redes franqueadas e centrais de negócios. Contribuirá fortemente para isso o interesse que o setor desperta em investidores institucionais que atentos a esse forte crescimento estarão investindo na sua expansão e consolidação.
Ao mesmo tempo, pelo aumento da pressão fiscal e tributária, que contribui para essa consolidação, haverá o aumento do nível de formalidade e profissionalização que acelera essa perspectiva.
A indústria fornecedora, com forte presença de grupos internacionais, também será um agente importante nesse processo de amadurecimento setorial, como ocorreu, por exemplo, no varejo de supermercados e eletrônicos, contribuindo com treinamentos, disseminação de melhores práticas e valorizando a consolidação que estará naturalmente acontecendo.
Marcos Gouvêa de Souza é diretor-geral da GS&MD – Gouvêa de Souza, empresa coligada ao Grupo BITTENCOURT.
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