Filhos-franquia

Filhos-franquia

Greg Nathan é um dos sábios da ciência das redes de negócios. No 1o Fórum Internacional de Gestão de Franquias e Redes de Negócios, na semana passada em São Paulo, resumiu suas principais teorias de comportamentos sustentáveis entre franqueadores e franqueados. Contou histórias de sucesso e de fracasso, ilustrou os principais fatores de desenvolvimento de várias redes internacionais e deu um show de bom humor e sotaque australianos. O que o Greg não pode imaginar são as relações e associações que podem ser tecidas em cima de suas teorias. E aqui vai uma: os filhos da nossa geração podem ser administrados como Franquias! Faz sentido, não? "Emprestamos" a nossos filhos, por um período determinado de tempo, nossa MARCA e nosso KNOW-HOW para que eles possam se desenvolver, partindo de uma base mais consistente da que teriam se fossem caminhar sozinhos. Recebemos amor, através de royalties permanentes, como meio de pagamento por nossos "serviços" como pais. É exatamente o princípio do processo de franchising! Pois vejamos a prova da hipótese, segundo Greg Nathan, baseada nas sete tendências que levam ao sucesso uma relação do franqueador com seus parceiros franqueados. 1 – O Recrutamento tinha foco em Vendas. Agora o foco é em Qualidade da Seleção. OK essa é fácil. Darwin já provou esse ponto. É comum que um casal se escolha buscando sinais de que a relação produzirá uma ninhada saudável e com os melhores pontos genéticos combinados. Os filhos de nossa geração têm muito mais acesso a informação. Têm uma maior oportunidade de fazer boas escolhas. Usamos tudo isso como apoio à sua educação. 2 – O Apoio de Campo sai da postura Policial e passa a adotar um caráter Treinador Outra comprovação da hipótese. Nós todos não reclamamos que a geração de nossos pais era mais repressiva? E que nós gostaríamos de educar nossos filhos ensinando e não policiando? Fácil. É uma tendência que pais modernos participem mais do processo educativo como conselheiros do que como controladores. 3 – Comunicação: migra de mão única para uma comunicação em via de mão dupla Outra barbada. Repetimos a explicação anterior. Queremos mais diálogo com nossos filhos e que eles também tenham a liberdade de contar tudo para nós. (ok, essa segunda parte é para que fiquemos tranquilos que eles não estão fazendo nada de errado e não porque queremos ouvir todo aquele blablablá adolescente, mas não invalida a justificativa) 4 – Marketing – antigamente Propaganda, atualmente: Engajamento na Comunidade Acabamos encampando as associações de pais e mestres, eventos chatos na escola, recolhimento de lixo reciclável e outras campanhas de responsabilidade social como acessórios na educação de boas práticas a nossos filhos. O fato de participarmos disso dá o exemplo que gostaríamos que eles seguissem. Ponto para a hipótese, de novo. 5 – Gerenciando Conflitos – no passado Litígio, presentemente Mediação Ah, essa nem tem graça. Ler as explicações 2 e 3. 6 – Liderança: da Repressão a Colaboração Parece livro de ajuda para a boa criação de filhos. Claro que concordamos que não queremos uma relação baseada em repressão e sim que nossos filhos façam parte de uma ambiente de cooperação! E, por fim o último e derradeiro teste de que a teoria funciona... 7 – Financeiro: foco no Lucro e não na Receita Hmmmm. Filhos, lucro. Como? Com a fortuna que gastamos com eles? Nunca dá lucro, é prejuízo na certa! Ok, do ponto de vista emotivo poderia ser explicado. Não. Isso não é lucro, isso é receita Já sei! Criar os filhos é bom um lucro para o ego! Não, também não. Outra: o amor que temos por nossos filhos é um lucro imenso. Papo furado Também não funciona. Filhos e Lucro: definitivamente duas palavras que não combinam. Que pena! Lá se vai a hipótese por água abaixo! Mas, enfim, o que interessam são as tendências. Greg Nathan demonstra que as melhores práticas de gestão estão diretamente ligadas a melhores efeitos no desenvolvimento de redes de negócios. Um relacionamento construído com base no respeito mútuo, e não no imediatismo do retorno sobre o investimento, tem mais possibilidades de atingir melhores resultados. Não há licença poética que consiga discutir que isso é um negócio que visa rentabilidade, mas nem por isso valores básicos da sociedade podem ser dispensados. Viu? Até nisso a teoria dos filhos-franquia é defensável. Só não funciona quando misturamos família e dinheiro. Mas isso é uma hipótese já provada há muito tempo. *Mauro Schann é diretor na GS&MD - Gouvêa de Souza

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